O CEO do Athletico, Alexandre Mattos, defendeu o técnico Wesley Carvalho após a derrota por 1×0 para o Palmeiras, no último sábado (4), na Arena Barueri. O dirigente admitiu que o treinador tem sua parcela de culpa pela sequência de resultados ruins (foram um empate e duas derrotas nas últimas três partidas), mas destacou outros problemas no clube.
Inclusive, para tirar o peso em cima do interino, ele lembrou que os últimos dois técnicos campeões da Libertadores – Dorival Júnior pelo Flamengo, em 2022, e Fernando Diniz, com o Fluminense nesta temporada, foram embora do Furacão após muita pressão externa.
“Mais do que focar no treinador, que óbvio que tem responsabilidades, mas os últimos dois técnicos campeões da Libertadores foram execrados lá dentro pela torcida. O Petraglia não queria tirar o Diniz, mas chegou a um nível que teve que tirar. Então, ao invés de individualizar o problema, vamos entender ele”, afirmou na zona mista em São Paulo.
Problemas do Athletico
Entre os problemas a serem entendidos, Mattos ressaltou, principalmente, a questão financeira e as lesões no elenco. O CEO reforçou que o time está sofrendo com diversos desfalques, o que complica a situação para Wesley Carvalho definir os titulares e, consequentemente, conseguir os resultados.
“O Bruno Peres veio exatamente pelo Athletico precisar manter sua filosofia. O Khellven, dentro do cenário nacional, já ganhava menos, quando veio proposta de fora, o cara quer ir embora, não tem jeito. E quando você faz uma venda dessas com a janela fechada, a gente tinha só o Madson, que se machucou e até agora não voltou. Ele teve que encontrar soluções”, comentou ele, citando o exemplo da lateral-direita, que atualmente não tem peças, o que forçou Wesley Carvalho a adotar o 3-4-3.
Em relação à filosofia, o dirigente destacou que o Furacão não vai mudar sua postura no mercado, gastando mais do que arrecada e depois ter prejuízos. Até por isso, o Rubro-Negro não consegue dar um passo a mais na tabela, por ter “batido no limite”.
“Momento de uma infelicidade da tabela, de ter vários jogadores fora, momento difícil, que precisamos da torcida mais do que nunca. A torcida tem uma expectativa, mas o Athletico bateu no limite, o próprio presidente falou isso. A gente quer mais, tentar jogador diferente, um treinador diferente, mas estamos no nosso limite financeiro. Estamos tentando o próximo passo, que é um investidor de fora, mas o Athletico não vai mudar eu jeito de gerir, que é um case de sucesso, pé no chão”, afirmou.
“O Athletico está buscando uma vaga na Libertadores, tem até obrigação de tentar buscar. É o que estamos fazendo, contra equipes com poderio financeiro superior”, completou.
Clube procurou técnicos em 2023
Alexandre Mattos ressaltou também que o Athletico buscou nomes no mercado após a saída de Paulo Turra, mas esbarrou nas pedidas salariais, muito acima do que a diretoria está disposta a pagar.
“Acham mesmo que não procuramos treinadores, que não ligamos para os Militos e Gagos (técnicos argentinos)? Mas eles pedem dez, 12 vezes mais que os nossos treinadores, com sete, oito auxiliares, e isso não é perfil do Athletico”, desabafou.
Para o CEO, o Furacão não pode mudar a sua filosofia de trabalho, que foi justamente o que mudou o patamar do clube, que briga frente a frente com adversários com ganhos muito maiores.
“Vimos mais um campeão da Libertadores (Fernando Diniz) que passou pelo Athletico e foi criticado. O problema está aí? Não, o problema está na maneira como o Athletico trabalha, que é um clube de gestão e assim que se transformou em um clube acima da média. O Athletico não pode ser irresponsável, como vários clubes foram”, acrescentou ele.
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