Neto está com a seleção para os amistosos contra Rússia e Alemanha. (Rafael Ribeiro/CBF)

O goleiro Neto estava em casa com a esposa na segunda-feira passada, descansando antes de ir para o centro de treinamentos do Valencia, na Espanha, quando seu celular começou a vibrar sem parar. Eram amigos, familiares e companheiros lhe dando parabéns: seu nome aparecia pela primeira vez numa lista de convocados de Tite para a seleção brasileira.

Neto superou o corintiano Cássio, o santista Vanderlei, o gremista Marcelo Grohe e outros goleiros que eram lembrados como possíveis convocados para os últimos amistosos do Brasil antes da divulgação da lista final de Tite para a Copa do Mundo – contra Rússia, sexta-feira, e Alemanha, dia 27. Foi chamado com Alisson e Ederson, ambos nomes certos para o Mundial. Na prática, a estreia do arqueiro do Valencia com Tite é sua única chance de convencer o treinador a levá-lo à Copa.

Em conversa com a reportagem do Estado, Neto faz questão de dizer que não concorda com palavras como “disputa” ou “concorrência”, em referência à busca por uma vaga. Vê com naturalidade o caminho trilhado até aqui. Atribui sua convocação ao fato de ter voltado à “vitrine” do futebol por suas atuações no Valencia – depois de anos no banco da Juventus, à sombra de Buffon. Antes de Tite, Neto chegou a vestir o uniforme nacional com Dunga e Mano Menezes.

“O Tite entrou na seleção quando eu estava na Juventus. Não cheguei a trabalhar com ele, e não consegui ter boa sequência em Turim. Acabei saindo do radar e não tive como demonstrar meu trabalho para o treinador”, conta. Ele comemora a boa fase na equipe espanhola, na qual está desde julho de 2017.

“No Valencia, tive uma sequência boa e o time está indo bem na temporada. Isso facilita que o jogador possa mostrar seu valor individualmente”, analisa. “Aconteceu comigo. E quero levar essa boa fase para a seleção. O Valencia me colocou na vitrine para o Tite. O que importa é estar jogando e demonstrando o que tenho de melhor.”

O goleiro de 28 anos vê seu trabalho recompensado. “É bom ser reconhecido pela temporada que estamos fazendo. É gratificante. Mas vejo (a convocação) como algo normal. Acontece quando você está bem, fazendo seu trabalho.”

Neto compara seu momento no Valencia com a passagem pela Fiorentina – que lhe rendeu as primeiras convocações para a seleção e o impulsionou na Europa. “É um bom momento, não sei o que está por vir, pois procuro melhorar a cada dia. Mas estou muito feliz, assim como foi na Fiorentina. As coisas positivas acontecem e agora é trabalhar para crescer.”

O atleta se mostra empolgado para trabalhar com Taffarel, preparador de goleiros da seleção. “Ele esteve em Valência no fim do ano passado e é sempre um prazer estar com o Taffarel por tudo que representa.”

De olho na Copa, Neto diz ver o Brasil como favorito, mas pede atenção não só com os adversários tradicionais. “O Brasil é favorito por seus respeitados jogadores e história. Mas as outras seleções também têm grandes times. E não é só Alemanha e França, por exemplo. Todas as seleções que estão na Copa são de nível muito alto.”

Neto chegou domingo a Moscou e nesta segunda-feira participou do primeiro treino da seleção no CT do Spartak. Nesta terça-feira, com as apresentações do lateral corintiano Fagner e do zagueiro gremista Geromel, Tite terá pela primeira vez o grupo de 25 jogadores que convocou completo na Rússia.

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Volta à vitrine coloca Neto na briga por um lugar na Copa como goleiro do Brasil

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