A dramática situação do Rio Branco de Paranaguá ganhou mais um capítulo. A Justiça do Trabalho indeferiu o leilão do estádio Nelson Medrado Dias, a Estradinha, um dos palcos mais antigos do futebol paranaense. Segundo o juiz José Wally Gonzaga Neto, que divulgou a decisão no sistema do Judiciário na terça-feira (3), houve descumprimento do prazo por parte do comprador. Mas isto não significa um alívio para o Leão.
O leilão foi decidido pela Justiça do Trabalho por conta de uma ação de dezenas de ex-funcionários do clube. Como a Estradinha estava colocada como garantia e o Rio Branco não tinha como pagar, a decisão foi colocar o estádio à disposição dos interessados. A proposta feita estava de acordo com os trâmites do processo, mas houve uma alteração de pessoa física para pessoa jurídica na oferta, e esta troca foi feita depois do prazo permitido.
Por isso, o leilão foi suspenso, mas no mesmo despacho o juiz Gonzaga Neto reabriu o processo. A Estradinha será novamente oferecida, e os interessados terão dez dias úteis para apresentar propostas. O valor mínimo é o que foi definido no evento anterior, de R$ 17.918.305,00. Quem arrematar o estádio Nelson Medrado Dias terá em mãos um patrimônio do nosso futebol. Inaugurado em 1927 (portanto com 96 anos), o local é a sede do Rio Banco desde então.
Estradinha é só um problema
O leilão do estádio Nelson Medrado Dias é apenas um dos pontos da crise do Rio Branco. Com pelo menos R$ 6 milhões em dívidas, um valor impagável para um clube que tem três meses de calendário profissional, o Leão da Estradinha vive a incerteza da continuidade de suas atividades. Fruto de administrações que destruíram a associação. “Estive no clube em 2021 com meu filho. Pagamos tudo, mas sabíamos da dificuldade que havia”, disse o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (PSD), em entrevista à TVCI.
Em meio ao impasse, Marcelo Roque garantiu que o estádio Fernando Charbub Farah, o Caranguejão, está disponível para o Rio Branco – e mais do que isso não poderá ser feito. “Ninguém queria que a Estradinha fosse perdida. Como político, a gente fez o que podia, mas não tinha como colocar dinheiro público em algo que é privado. Só os empresários podem evitar essa situação“, finalizou o prefeito.