Após quatro rodadas disputadas, a dupla Atletiba segue com 100% de aproveitamento, comprovando a superioridade – e o favoritismo – a eles creditados antes do início da competição. Encarando o Campeonato Paranaense como um período preparatório para os desafios maiores da temporada, Athletico e Coritiba vão bem. Porém, há alguns pontos que precisam ser destacados. O principal deles: a evolução pouco significativa das equipes, jogo a jogo.

O lado rubro-negro

Começando a dupla Atletiba pelo Athletico, que pelo que apresentou no último jogo – vitória por 3×1 sobre o Foz – até melhorou ofensivamente. A entrada de Vitor Bueno conferiu maior liberdade a David Terans e a troca constante entre esses dois jogadores deu maior mobilidade e agudez ao time. Tanto que o Rubro-negro desperdiçou uma série de oportunidades para construir uma vitória ainda mais tranquila. Só que mesmo diante de um adversário limitado, o time correu riscos.

Com a manutenção de quatro jogadores ofensivos, a sensação é de desequilíbrio no meio-campo e de sobrecarga aos volantes. O Foz, em muitos momentos, encontrou facilidade para infiltrar pela faixa central do gramado. Um cenário parecido com o visto em jogos anteriores, como diante do Maringá, onde o Athletico perdeu o duelo no meio-campo e levou uma boa dose de sufoco. E como não citar a enorme dificuldade que a equipe apresenta para conter as bolas alçadas na sua área? O problema – quase crônico -, ainda se mostra muito presente e atormenta o torcedor atleticano.

O lado coxa

Na outra metade da dupla Atletiba, o Coritiba vive ainda um processo de reconstrução do seu time, diante dos muitos reforços contratados. O técnico António Oliveira tem rodado o grupo, dando minutagem a todos os jogadores, enquanto avalia a melhor formatação a ser utilizada quando os jogos realmente decisivos tiverem início. Mas o jogo em Maringá – onde novamente trocou meio time em relação à formação do jogo anterior – deixou alguns questionamentos sobre a produção da equipe.

Já diante do Rio Branco, talvez a equipe mais frágil do Paranaense, o Coritiba tinha oferecido muitos espaços ao adversário. Desta vez, frente ao equilibrado Maringá, os riscos foram constantes. Mesmo tendo em sua essência três jogadores de meio-campo com poder de marcação, o time de Antonio Oliveira apelou para o “saber sofrer” e contou com a qualidade do goleiro Gabriel Vasconcelos para seguir como a única equipe que ainda não teve a sua defesa vazada na competição.

A vitória veio de um raro momento ofensivo do time, que resultou no pênalti sofrido por Bruno Gomes e convertido pelo artilheiro Alef Manga. E só. Posicionado muito atrás, o Coxa não conseguiu colocar Robson e Rodrigo Pinho no jogo e somente com as mudanças, no segundo tempo, ameaçou em poucos contra-golpes puxados por Moreno e Pottker.

Atletiba: as diferenças

Na dupla Atletiba, os pontos de atenção são distintos. No Coritiba, o quebra-cabeça ainda está sendo montado e o encaixe das peças ainda parece distante pelos lados do Alto da Glória. E no Athletico, são problemas já conhecidos que continuam se repetindo. A campanha, até aqui, deve ser comemorada, mas o caminho promete ser árduo.

Dupla Atletiba: Zé Ivaldo e Alef Manga.
A rodada foi dos coraçõezinhos de Zé Ivaldo e Alef Manga. Mas a dupla Atletiba teve mais dificuldades do que se esperava. Fotos: Geraldo Bubniak/AGB e Rafael Ianoski/CFC