Uma investigação da Polícia Federal, que cumpriu três mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba ligou um clube de futebol a um esquema de lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas.

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O clube em questão seria o São Caetano Futebol Clube, anteriormente conhecido como Associação Desportiva São Caetano, que fez sucesso no futebol brasileiro no inicio dos anos 2000, sendo vice-campeão do Brasileirão em 2000 e 2001, da Libertadores em 2002 e com boas campanhas em outras temporadas, como a conquista do Paulistão de 2004.

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O Azulão, como é conhecido, vive uma crise financeira e no futebol e no final de 2023 virou SAF e foi vendido – aí entra a mudança do nome -, e nesta negociação é que pode ter sido os crimes descobertos pela Polícia Federal. A lavagem de dinheiro seria feita por meio de agenciamento de jogadores. Os policiais descobriram conversas que indicam que cotas do São Caetano foram alvo de negociações suspeitas.

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Segundo os documentos, um contrato de compra de vendas das quotas do time em 2023 registrou um valor de R$ 9,2 milhões. Os policiais acreditam que o ex-presidente do clube atuava como laranja para o líder da organização criminosa alvo da operação da Polícia Federal.

Camisa do São Caetano
Clube com história no começo dos anos 2000, São Caetano hoje é SAF. Foto: Reprodução/Instagram

Entenda o caso

Uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (16), em nove cidades, incluindo Curitiba e Maringá, no Paraná, e diversos municípios paulistas, entre eles São Paulo, São Bernardo do Campo, Jardinópolis, Peruíbe, São Caetano do Sul e Ribeirão Pires. A ação faz parte da Operação Mafiusi.

As investigações apontam que o grupo movimentava cifras milionárias com o uso de empresas de fachada, fintechs e documentos falsos, em um esquema que envolvia lavagem de dinheiro, câmbio paralelo e dissimulação de valores ilícitos sob o pretexto de prestação de serviços como locação de veículos e máquinas.

Durante a apuração, a PF identificou indícios de que os líderes da facção investiram parte do dinheiro do tráfico na compra de um time de futebol, usando um intermediário com histórico criminal para ocultar a origem dos recursos. O objetivo seria dar aparência de legalidade ao capital vindo do envio de cocaína ao exterior.

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Foto: Divulgação/PF