Moradores da comunidade do Mossunguê, associados e ex-jogadores e dirigentes do Imperial fizeram um protesto, na manhã deste sábado (16), por conta do anúncio da venda do estádio Octávio Silvio Nicco, que foi confirmada na última sexta-feira (15). O motivo foi a grave crise financeira pela qual passa o clube nos últimos anos.
A grande polêmica – e ponto principal da reclamação dos envolvidos – é a forma como foi definida a negociação do terreno. Segundo Dogair João Campa, um dos ex-presidentes do Imperial, a decisão pela venda foi tomada sem a consulta da maioria da maioria dos sócios, sendo realizada em uma assembleia sem convocação geral.
“A gente fica extremamente chateado com isso, principalmente da forma como foi feita. De um jeito muito obscuro, onde não foram consultados associados, ex-diretores, fundadores, pessoas que ainda estão por aí, com certa idade. Acabaram que 20 pessoas definiram por mais de 200, que não concordam com isso. É um estádio construído há muitos anos, com a ajuda da comunidade foi construído o campo, com homenagem singela ao seu Octávio, que batalhou muito pelo Imperial”, afirmou o ex-dirigente.
Associados do Imperial e familiares vão entrar na Justiça
Envolvido com a história do Imperial, Alexsandro Nico, sobrinho de Octávio Nicco, cresceu dentro do clube, passando por todas as categorias como jogador. Para ele, o que estão fazendo é uma traição, principalmente por considerarem o atual presidente, Fabiano Trevisol, como integrante da família.
“Fui gandula, jogador do infantil, juvenil, juniores, bicampeão, sempre estive aqui para ajudar, desde a sede antiga. As famílias tradicionais do bairro sempre ajudando e tudo às claras. Todos tiraram dinheiro do bolso para ajudar e de repente ter essa notícia… todo mundo está se sentindo muito traído. O mínimo era pelo menos uma explicação. É motivo de indignação, estamos revoltados em busca de respostas. O Imperial não pode sair do Mossunguê”, disse ele.
Até por isso, a comunidade está ingressando na Justiça contra a decisão da venda. O objetivo em si não é tentar anular a venda, mas receber as explicações corretas sobre a medida e saber se, de fato, negociar o terreno era a única alternativa para o momento do time.
“Nós já temos uma assessoria jurídica que está encaminhando para a Justiça. Ainda estamos verificando a melhor forma, para pelo menos se esclarecer essa venda. O atual presidente deu um entrevista e ele colocou alguns pontos que achamos absurdo. Não se justifica a venda do clube nesses pontos”, acrescentou Dogair Campa.
Outros pontos do protesto conta venda do estádio
A reclamação sobre a venda do terreno se dá em outros pontos, além do questionamento da decisão tomada e contra as justificativas da atual diretoria. Os associados querem explicações a respeito do futuro do Imperial, principalmente sobre o local onde será construído o novo estádio.
De acordo com os protestantes, o terreno da nova sede seria em uma área de preservação ambiental, o que impediria que um novo campo seja feito. Além disso, parte dos valores da venda seriam 28 terrenos em área industrial na Fazenda Rio Grande, mas com valores questionáveis. A preocupação da comunidade é o início de um período de forte especulação imobiliária na região, forçando a venda de mais áreas.