Em todas as áreas da vida é importante estar pronto para ter um Plano B, C ou D na manga. É o que pensa a mãe da Ivanilza Helena Olegário de Oliveira, a Nilzininha. Essa era a maneira dela preparar a filha para os imprevistos da vida. No entanto, ela não imaginava que teria apelar para outras alternativas em tão pouco tempo.

Professora deixa de dar aulas na rede pública, muda de vida e monta brechó infantil
Foto: Vanessa Brollo

Professora da rede pública em Guaratinguetá, em São Paulo, quando o filho mais velho dela desenvolveu uma doença grave e considerada rara. Com isso, ela teve que mudar a estrutura familiar.

“Com o medo da doença, as idas ao hospital escola, em São Paulo, as faltas necessárias no trabalho, o sistema educacional, muitas vezes árduo e cruel, acabei num quadro depressivo, a ponto de não conseguir dar mais aulas, estava doente de tudo”, disse

As pessoas não entenderam a decisão da Ivanilza de parar de lecionar, mas ela estava decidida a ter um Plano B. Com isso, montou um Brechó Infantil e deu super certo. Em uma pequeno espaço conseguia gerar um faturamento em torno de R$ 4.000.00 até a R$ 5000,00 ao mês. Ela fez tudo isso vendendo peças de valores pequenos de até R$10,00.

Renda maior do que como professora

A renda era maior do que se ela estivesse dando aula. Se ela vendesse três peças de roupa que ela já não usava mais, o valor era equivalente ao de 50 minutos de hora-aula dada.

Ela mudou para um espaço maior, começou a vender moda adulta e tudo estava indo bem até que veio a pandemia. As atividades ficaram praticamente paralisadas e a Ivanilza em uma semana perdeu o pai e a mãe para a Covid. A tragédia familiar tirou suas forças e ela fechou o brechó porque não tinha estrutura para continuar.

“Dois meses após morte dos meus pais, meu filho entrou num quadro depressivo severo de ficar trancado num quarto escuro e minha irmã diagnosticada com câncer agressivo no olho direito”, diz

Os dois seguem em tratamento e a Ivanilza retomou o brechó de forma online, o que lhe garante o sustento e serve como terapia. Não apenas roupas, agora ela vende de tudo, desde peças até acessórios, presentes, desapegos em móveis e eletrodomésticos.

Ivanilza conta que está trabalhando muito e tem dias que nem consegue postar as mercadorias que chegam e já saem”. Agora, com o sucesso do brechó, ela pensa em retornar com as atividades para um espaço físico.

“Amo o que faço. Hoje me identifico plenamente com esse segmento e me  emociono quando vejo que posso ser uma ferramenta para ajudar quem precisa vender algo que decidiu desapegar”, destaca

Dicas para empreender

Foto: Vanessa Brollo

– Digo com muita empolgação e certeza de que para ingressar num negócio próprio, precisamos sonhar, acreditar que podemos. Fazer aquilo que compramos a ideia e que iremos investir com pleno amor e dedicação.

– O início é muito difícil, ainda mais nesse cenário atual que vivemos. Ter uma organização financeira bem alinhada é fundamental.Um dia ouvi uma frase que ficou marcada em mim, levei como ensinamento. Foi onde comecei a me definir como brecholeira (brechonista) .Uma pessoa religiosa dizia em sua palestra em oração: “O que você tem hoje para começar? Não murmure, invista no que você tem pra hoje”.

-Isso ficou marcado e me deu incentivo para partir para o plano B com aquilo que você consegue para hoje, com aquilo que você faça com excelência. Foi o que fiz. Fazer acontecer com aquilo que você tem na mão hoje e não ficar esperando. Dar o primeiro passo ” pra ontem “.

A Nilzinha  é uma das selecionadas do projeto Conectar para Transformar da Plataforma Nobis em parceria com a Basf

@nilzinha_helena

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