A Polícia Civil antecipou a operação, realizada neste domingo (19), após um dos influencers investigados anunciar que viajaria para Dubai, nos Emirados Árabes. Além dele, outras duas pessoas foram presas. Todas são investigadas por utilizar o “Jogo do Tigrinho” para enganar pessoas em todo o país. No último dia 9, o grupo distribuiu R$ 14 mil em gasolina para motoboys, o que para a polícia tinha como objetivo aumentar o engajamento e cooptar mais pessoas para a prática ilegal.

Durante a ação, os policiais civis cumpriram seis mandados de busca e apreenderam carros e motos de luxo, além de US$ 3,2 mil em espécie, seis celulares, duas armas de fogo e um tablet. Juntos, os veículos são avaliados em R$ 3,5 milhões.

De acordo com o delegado Tiago Dantas, a investigação começou há cerca de quatro meses pela Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), em parceria com a Delegacia de Estelionato. A divulgação do “Jogo do Tigrinho” tem como base a divulgação de ganhos significativos, o que leva mais pessoas a entrarem no “caça-níquel” eletrônico.

“Com cada pessoa que inicia a jogada, eles ganham uma parcela. Eles nos informaram que, por terem sido motoboys, fizeram aquela ação para ajudar os antigos colegas de profissão, mas a Polícia Civil enxerga isso como forma de cooptar novas pessoas a jogarem, uma vez que o discurso deles é de que eram motoboys, pessoas humildes, e hoje são pessoas bem sucedidas a partir da ferramenta”, explicou.

Segundo a Polícia Civil, os motoboys que receberam o combustível foram cadastrados. Como não é necessário investir grandes valores no “Jogo do Tigrinho”, isso fomentava grande parcela de jogadores.

Rifa

Além do “Jogo do Tigrinho”, a Polícia Civil ainda investiga uma rifa ilegal realizada pelo grupo. Para Dantas, não há qualquer garantia de entrega dos prêmios, além de falta de regulamentações.

“As vítimas depositavam valores em troca da participação dos sorteios, mas os prêmios não eram entregues”, citou.

Os suspeitos são investigados por crime contra a economia popular, associação criminosa, exploração de loteria sem a autorização legal e lavagem de dinheiro.

Defesa

Em entrevista coletiva o advogado dos investigados, Igor José Ogar, afirmou que os investigados não sabiam das irregularidades.

“Eles não tinham gestão nenhuma sobre a plataforma Tigrinho, eles apenas divulgavam e faziam publicidade do jogo. Esse provedor está na China e é de outras pessoas. Nenhum deles tinha conhecimento das probabilidades de ganho, não há um conhecimento matemático. Eles apenas divulgavam e ganhavam porcentagens, sem saber da ilicitude, sem ter noção do caráter ilícito”, garantiu.

Sobre a ação com motoboys, Ogar nega que o objetivo fosse o de cooptar mais pessoas para o jogo.

“Não foi exigido nada em troca dos motoboys, nada que aponte para algum tipo de sorteio”, concluiu.

Comunicar erro

Comunique a redação sobre erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página.

Polícia antecipou operação após suspeito anunciar que viajaria para Dubai

OBS: o título e link da página são enviados diretamente para a nossa equipe.





    Quer ter acesso às notícias da Banda B direto no seu celular?

    Clique aqui e siga o Canal Banda B no WhatsApp.