Curitiba 330 anos e o orgulho que os moradores têm do
bairro em que vivem
Ahhhh…Santa Felicidade!!! Que nome lindo, não é verdade? Quem passa por Curitiba, quer conhecer. Curitibano que se preza, já comeu um frango com polenta no bairro. Tem o aconchego de cidade do interior com suas ruas de paralalelepípedo. Um pedacinho da Itália dentro de Curitiba. Fundado por imigrantes italianos em 1878, o nome de Santa Felicidade foi dado por Antônio Bandeira, proprietário da gleba de terra, que quis homenagear sua irmã, dona Felicidade Borges.
E não tem como passar por aqui sem ter vontade de entrar num dos 30 restaurantes do bairro. Segundo o historiador Renato Mocellin, a comida italiana sempre foi muito apreciada pelos imigrantes, que gostavam até de polenta no café da manhã!
“Região de grande importância econômica para a localidade. Polenta no café, almoço, polenta no jantar. Risoto, radicchio, tudo muito apreciado pelos imigrantes”, explica Mocellin
A maioria dos restaurantes fica na famosa Avenida Manoel Ribas. E o mais famosos é, sem dúvida, o Madalosso. Aberto desde 1963, tem capacidade para atender cerca de 4,5 mil pessoas. Flora Madalosso, uma das fundadoras do restaurante, conta que tudo começou junto com os seus irmãos.
“Eu comecei o Madalosso com meus irmãos enquanto cuidava de três filhos pequenos. Eles com muito capricho conseguiram construir o Dom Antônio e administraram o Madalosso”, diz
Flora destaca que um dos diferenciais do restaurante está no atendimento.
“O que tenho percebido bastante e que é importante. Sempre tem que ter alguém da família no salão. Indo nas mesas ver se estão bem atendidos, precisa trazer mais alguma coisa. Então, eu sempre faço questão que tenha alguém da família na mesa, para ficar próximo do salão. Para ver se tem reclamação, se tem elogios também”, afirma
Mas não é só de comida boa que vive Santa Felicidade também é possível incluir a degustação de vinhos. Um lugar muito procurado é a Vinhos Durigan, a mais tradicional do bairro.
Outros lugares para conhecer no bairro são o Bosque São Cristóvão e a Casa dos Gerânios. Como é um bairro bem grande, tem tudo que os moradores precisam. E todos, têm um orgulho danado de responder: Onde você mora? Santa Felicidade. Que o diga o empresário Antonio Bienaro, de 72 anos, neto de imigrantes e é sócio de uma distribuidora no bairro.
“Até a hora que fomos embora vamos ficar morando pra cá”
Bairro que era formado por chácaras
Saindo de Santa Felicidade vamos agora pra outro nome lindo: Butiatuvinha. As primeiras referências ao bairro surgiram no final do século 18 com o pedido para a construção de terras sobre o Rio Barigui. Em 1831, o bairro se tornou o “Butiatubinha” . Isso mesmo, com B… e só depois ficou BotiatuVinha, de tanto falarem assim.
No início, a região era ocupada por fazendeiros e caboclos e cortada por caminhos importantes utilizados pelos tropeiros. Assim como em Santa Felicidade, o bairro também nasceu com a vinda de imigrantes italianos.
No Butiatuvinha, os moradores tem bem perto vários serviços à população e opções de lazer, como é o caso do Parque Italiano e da Praça Vêneto. O aposentado Victorino Zanzorro, 80 anos, mora no bairro desde que nasceu e trabalhou como motorista da Prefeitura de Curitiba. Ele conta que, antigamente, o Butiatuvinha era formado basicamente por chácaras e se desenvolveu muito.
“É uma mordomia!”, brinca
Contato com a natureza
Caminhando um pouco mais chegamos ao bairro São João. A exemplo do Butiatuvinha, o desenvolvimento aqui tambem foi ajudado por Santa Felicidade. Na época, o São João era um bairro rural e começou a mudar quando imigrantes ocuparam terras que formavam a Colônia Santa Felicidade.
Alguns dos principais destaques do bairro tem relação com a natureza. Uma das atrações é o Parque Tingui, um reduto de área verde cercado por lagos, árvores e estruturas de madeira. A psicóloga Karoline Gomes mora em Brasília e veio conhecer o Parque Tingui em Curitiba. Ela conta que ficou encantada com o passeio.
“Gostando de Curitiba, tem bastante natureza, que é o que gosto de ver e visitar. Não vai dar tempo de ver tudo então eu vou voltar”, diz
Geisse Kelly Gomes é assessora da Secretaria de Educação em Brasília e também veio à Curitiba pela primeira vez. Ela compartilha do mesmo pensamento de Karoline.
“Tô amando! Adoro andar pela natureza, muito florida, tô apaixonada pela cidade”
Essa foi mais uma de nossas viagens pelos bairros de Curitiba. Na reportagem de amanhã da série especial dos 330 anos de Curitiba vamos visitar os bairros CIC, Augusta e Riviera.