A nova concessão do transporte coletivo de Curitiba promete um avanço histórico na mobilidade sustentável da cidade. O plano prevê a incorporação de 245 ônibus elétricos nos primeiros cinco anos de contrato, além da construção de dois eletropostos públicos para recarga e manutenção da frota.

Os veículos serão 100% elétricos, com ar-condicionado, operação silenciosa e zero emissão de poluentes. O investimento total é estimado em R$ 1,5 bilhão, valor que engloba a compra dos ônibus, infraestrutura de recarga e ajustes operacionais.

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Foto: Ricardo Marajó/SECOM

De acordo com o projeto, 14 linhas passarão a contar com veículos elétricos, incluindo os Interbairros e rotas estruturais.

São elas:

203 – Sta. Cândida/C. Raso
250 – Ligeirão Norte/Sul
010 – Interbairros I (horário)
011 – Interbairros I (anti-horário)
020 – Interbairros II (horário)
021 – Interbairros II (anti-horário)
022 – Inter 2 (horário)
023 – Inter 2 (anti-horário)
302 – Centenário/Rui Barbosa
303 – Centenário/C. Comprido
550 – Ligeirão Pinheirinho/C. Gomes
603 – Pinheirinho/Rui Barbosa
502 – Circular Sul (horário)
602 – Circular Sul (anti-horário)

Atualmente, Curitiba tem sete ônibus elétricos em circulação – seis na linha Interbairros I (horário e anti-horário) e um na linha Água Verde.  

“Com a nova concessão, Curitiba reforça o compromisso com a redução das emissões, melhoria da qualidade do ar e do transporte público”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs). Nos primeiros 12 meses de concessão, está prevista a entrega de 61 novos ônibus elétricos, sendo 54 articulados e sete padron.

O cronograma prevê que, até 2031, um terço de todos os assentos ofertados à população seja de veículos zero emissões.

Eletropostos públicos

Como parte da modernização do sistema, serão instalados dois eletropostos públicos para recarga complementar dos ônibus durante o entre-pico. As estruturas serão construídas pelas concessionárias responsáveis pelos lotes BRT 1 e BRT 2, em terrenos desapropriados pelo município e com recursos subvencionados.

Os eletropostos terão uso compartilhado pelos cinco lotes do sistema e funcionarão como base de apoio para otimizar a operação diária das linhas elétricas. O eletroposto Capão da Imbuia terá área de 16 mil m², com 33 posições de recarga, 12 carregadores de 240 kWh e 15 de 180 kWh. O eletroposto Capão Raso terá área de 14 mil m², com 22 posições, 11 carregadores de 240 kWh.

Ampliação da frota

Além da frota elétrica, haverá renovação da frota a diesel, com 1.233 ônibus zero km ao longo da concessão, sendo 150 para o início da operação. Todos os veículos serão da categoria Euro 6, a menos poluente a diesel no mundo.

Os novos ônibus propiciarão um aumento de 3,5% da frota de ônibus do transporte coletivo e de 5,4% na quantidade de lugares ofertados, já que há uma parcela expressiva de veículos com maior capacidade que serão adquiridos.

A intenção é reduzir a da lotação das viagens, especialmente nas linhas de maior demanda e também diminuir o tempo de espera. 

Segundo o presidente da Urbs, a expectativa é que as mudanças tragam mais passageiros para o transporte coletivo, com um acréscimo de 3,5% na demanda – cerca de 570 mil novos usuários por mês.

Itinerários ajustados

O projeto da nova concessão também prevê a revisão de 26 linhas com baixa demanda e pouca oferta de viagens. Esses itinerários serão ajustados para garantir mais eficiência, com integração temporal e eliminação de sobreposições.

A proposta busca racionalizar o uso da frota, melhorar a experiência dos usuários e ampliar a cobertura sem desperdício de recursos. A previsão é implantar as mudanças ao longo do novo contrato de concessão.

Participe da consulta pública

A consulta pública sobre a nova concessão foi prorrogada por 30 dias e vai até o dia 17 de novembro. A população pode enviar sugestões, tirar dúvidas e participar da construção desse novo modelo de transporte coletivo. A previsão é lançar do edital e realizar o leilão até o fim do primeiro quadrimestre de 2026. 

O leilão envolverá cinco lotes (dois BRTs e três regionais – Norte, Sul e Oeste). A previsão é que sejam investidos R$ 3,7 bilhões no período do contrato, que terá prazo de 15 anos. 

Todas as informações sobre a nova concessão estão disponíveis no site, no qual os interessados também podem participar da consulta pública online.