Morreu na madrugada desta quinta-feira (16), aos 44 anos, a jornalista curitibana Kathya Pricyla Balan. Ela lutava contra um câncer agressivo e estava internada em um hospital da capital paranaense desde o início da semana. A morte da comunicadora ocorre cerca de quatro meses após a Banda B relatar a batalha enfrentada por ela contra a doença e o plano de saúde.
Diagnosticada com câncer de mama inflamatório triplo negativo metastático, o tumor de mama mais agressivo, Kathya teve de recorrer a uma campanha nas redes sociais para tentar garantir a aplicação de um remédio e tratar a doença. A luta, que ultrapassou as paredes dos hospitais e chegou às mãos da Justiça, mobilizou centenas de internautas à época.
Em entrevista à Banda B, Kathya demonstrou preocupação em relação ao imbróglio enfrentado com o plano de saúde, já que a demora em conseguir a medicação poderia resultar na metástase do câncer. “Se eu não tomar essa medicação logo para parar isso, o câncer pode atingir um órgão vital”, disse a jornalista em julho.

De acordo com ela, as dificuldades para ter acesso ao tratamento tiveram início após a fusão entre empresas operadoras de planos de saúde. Na prática, a NotreDame Intermédica e a Hapvida sofreram uma integração e, juntas, adquiriram o Grupo Clinipam por R$ 2,6 bilhões. “Desde que a Hapvida entrou, virou um caos porque eles mudaram o sistema. Então, todo nosso registro não tem mais. Está sendo um absurdo”, disse a jornalista.
“A demora na liberação do procedimento, ao menos em sede de cognição sumária, parece ser abusiva, uma vez que o prazo estipulado pelo plano de saúde (de 05 à 10 dias úteis) para a análise do pedido já se excedeu há muito tempo. Não obstante, há probabilidade de agravamento no quadro clínico da paciente caso não seja submetida ao tratamento indicado, o que demonstra de forma inequívoca o perigo de dano irreversível a autora dada a iminente piora de sua condição psíquica”, diz trecho da liminar concedida pela Justiça em 14 de julho.
Cerca de dez dias depois da Banda B noticiar o caso da jornalista, ela foi às ruas para comemorar a primeira aplicação da medicação garantida na Justiça. O vídeo em que Kathya explicava a batalha teve mais de 1 milhão de visualizações. A paciente recebeu a dose inicial de Enhertu (trastuzumabe deruxtecana), indicado para o tratamento de pacientes adultos com alguns tipos de câncer de mama.
A caminho do velório de Kathya, a jornalista Carol Nery afirmou à reportagem que, apesar das aplicações do medicamento, o câncer acabou atingindo outros órgãos. “Ela teve o diagnóstico há cerca de um ano e, nos últimos meses, a doença veio de forma mais agressiva. A Kathya sempre foi muito sorridente, de bem com a vida, muito educada, amorosa, responsável. Ela tinha forças para dar forças para nós ainda”, lamentou Nery, sob choro.
Nas redes sociais, outros amigos da jornalista também lamentaram a partida. “Acompanhei a luta dela para receber a medicação. Uma pessoa de uma luz maravilhosa”, disse uma. “Kathy foi uma gigante! Coragem e ternura sempre. O sorriso que nunca saiu de seu rosto foi uma marca”, comentou outra.
Kathya deixa uma filha.
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Após quatro meses, morre, aos 44 anos, jornalista curitibana que travou luta contra câncer e plano de saúde
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