Um rapaz venezuelano, Kenny Ruiz, de 22 anos, morreu após a parede de uma igreja evangélica em construção no bairro Fazendinha, em Curitiba, despencar. O acidente aconteceu na tarde desta sexta-feira (13), e o tio do rapaz denunciou que não havia nenhuma condição de trabalho como equipamento de segurança, por exemplo. Um vídeo, feito por uma vizinha da obra, mostra o estrago. Veja o vídeo abaixo.
A obra fica na Rua General Potiguara. A queda da parede aconteceu por volta das 14h, segundo os bombeiros.
O tenente Gabriel, dos bombeiros, disse que o rapaz estava trabalhando com outros colegas quando o muro despencou.
“Veio a tombar e infelizmente ele não conseguiu sair de perto. Os outros trabalhadores conseguiram escapar, mas ele infelizmente morreu”
disse o tenente Gabriel, dos bombeiros.
- Incêndio de grandes proporções atinge vegetação e fogo se alastra para fábrica de paletes em São José dos Pinhais; vídeo
Segundo os trabalhadores, a obra, de uma igreja, está em fases iniciais. O tenente dos bombeiros disse que Kenny não usava equipamento de segurança. O engenheiro responsável não foi encontrado.
“A vítima em si estava sem equipamento de segurança. Procuramos aqui no local o engenheiro responsável e foi informado que ele não estava mais no local, saiu. Não conseguimos confirmar a regularidade ou não dessa obra. O que vamos fazer é informar esses detalhes no boletim de ocorrência e repassar ao Ministério Público do Trabalho e prefeitura, para que seja averiguada a responsabilidade, caso seja uma obra irregular”
comentou o tenente.
Um vídeo, feito por uma moradora vizinha da obra, mostra o momento logo após a queda do muro. Ela chega a chorar de desespero. Veja as imagens:
Tio denuncia condições
O tio de Kenny, que chegou logo após o acidente, contou à Banda B que soube do ocorrido pela irmã do rapaz, que o avisou. Ele denunciou que não havia nenhuma condição de trabalho e já tinha alertado o sobrinho.
“A parede caiu em cima dele. Trabalhava há três ou quatro meses, veio da Venezuela e trabalhava aqui. É um cara muito trabalhador, mas esse negócio aqui não tem segurança, não tem capacete, não tem uniforme. Eu vinha há tempo falando para deixar o trabalho, buscar outro trabalho, e ele ficou. Eu temia, porque eu sempre passei por aqui e via que a parede estava muito alta, muito frágil”
comentou Willian, tio de Kenny.
Willian disse que o sobrinho era muito trabalhador e veio para o Brasil buscar uma vida melhor. O homem, que também é venezuelano, desabafou que nem sempre as condições para os estrangeiros são das melhores no país.
“O Brasil tem gente que explora o venezuelano. Ele estava trabalhando por diária, nunca foi assinado na carteira, documentação, nada, só diária. Veio pra cá por uma vida melhor, mas aconteceu isso”.
desabafou o tio do rapaz.
- Três anos após morte de jovem encontrada esfaqueada e queimada em Campo Magro, família ainda busca por respostas: ‘Angústia’
Kenny tinha três filhos: um de três anos, outro de cinco e outro de sete. Segundo o tio, além do rapaz, outros três venezuelanos trabalham na obra também.
A reportagem da Banda B não conseguiu encontrar o contato dos responsáveis pela obra. O espaço fica aberto para posicionamentos.