Depois de meses longe da família, a jovem Abigail Alves das Neves, 28 anos, reencontrou o abraço do pai e retornou para casa, em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro.

O reencontro aconteceu nesta segunda-feira (6) através da ação da Fundação de Ação Social (FAS) e da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba.
A carioca, técnica de enfermagem e dependente química há cinco anos, procurou o Centro Intersetorial de Atendimento a Pessoas em Situação de Rua (FAS SOS) na última quinta-feira (2), quando buscou atendimento do Consultório na Rua, por causa de um problema nos olhos. Quando esteve na unidade, ela falou sobre a vontade de reencontrar os pais.
- Bandidos em fuga invadem comércio e atropelam motociclista em Almirante Tamandaré; dois foram presos
A coordenadora do Centro POP – que funciona dentro da FAS SOS -, Eridan Rocha, descobriu na internet o telefone do trabalho dos pais de Abigail, e falou com a mãe da jovem, que expressou o desejo de receber a filha de volta.
Quando ela falou que queria reencontrar a família, percebemos que ali podia haver uma oportunidade de recomeço. Fizemos o contato, a mãe atendeu e ficou feliz de ter notícias da filha. Desde então, acompanhamos todo o processo até o retorno
Segundo a coordenadora, a escuta e a empatia são essenciais nesses casos.
Cada pessoa tem sua história e seu tempo. Nosso papel é oferecer caminhos e apoio para que possam retomar os vínculos e reconstruir a vida.
Continuidade do atendimento
Abigail passou por atendimento de saúde e foi acolhida pelo município até esta segunda-feira, quando o pai, Gesse Pinheiro das Neves, 65 anos, chegou a Curitiba para buscá-la. As passagens de retorno foram fornecidas pela Casa de Acolhida e do Regresso (CAR), da FAS.
“Se não fosse o apoio da FAS, provavelmente ela estaria na rua, sofrendo e em risco. Esse trabalho é muito importante para quem precisa de ajuda”,
afirmou Gesse.
Ele e a esposa, Marluci Alves das Neves, 60 anos, são monitores de uma instituição filantrópica e têm a guarda das duas filhas de Abigail, de 6 e 2 anos. O pai contou que nunca desistiu da filha.
Enquanto houver esperança, a gente vai lutar para que ela se restabeleça. Ela vai ter acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Tem tudo para dar certo, agora depende dela.
Reencontro
Abigail se alegrou ao ver o pai e afirmou que quer manter o tratamento de saúde e reconstituir a vida, auxiliando a mãe a cuidar das filhas e procurar um emprego.
Ele já veio me buscar outra vez. Tenho pais bons, e estou ansiosa para voltar pra casa, ver minha mãe e minhas filhas. A pior dor é a da saudade. Procurei a FAS num dia bem triste, e fui acolhida. Lembrei das meninas da saúde (Consultório na Rua) que me conhecem e sempre me ajudaram. Graças a Deus, agora posso voltar pra minha família. Não é a casa, é onde a gente pode voltar e ter quem abraçar.
Retorno familiar
O retorno familiar é um dos objetivos do trabalho da FAS com pessoas em situação de desabrigo e de rua. Desde o último dia 1º de janeiro, a FAS fez 332 retornos familiares de pessoas que aceitaram voltar para suas casas e familiares.