De atriz a empresária. Mas na verdade, sempre foi empresária. Giovanna Antonelli esteve em Curitiba no sábado (28), na Feira do Empreendedor do Sebrae, para conversar com o público sobre o assunto que mais tem interessado a ela ultimamente: empreender. Ela encheu o Teatro Positivo de gente que estava lá para vê-la e, claro, ouvi-la contar as experiências de mais de 30 anos de história. Veja a entrevista abaixo.

Emocionada, Giovanna Antonelli disse que logo que chegou à Universidade Positivo, onde fica o teatro e onde também foi a feira do Sebrae, viu a dimensão da quantidade de gente que a esperava.

“Eu fiquei com vontade de chorar quando cheguei aqui, juro. Porque eu comecei a ver uma fila lá fora e não tinha dimensão da quantidade de pessoas que estavam aqui dentro, né? E eu fiquei muito emocionada, por isso que eu comecei a agradecendo essa nossa platéia maravilhosa, porque hoje tempo é a coisa mais preciosa que a gente tem na vida. E todo mundo parou aqui pra me ouvir. Então é um privilégio poder ser escutado e poder ter levado, plantado um pouquinho de alguma coisa dentro de cada um”. 

Como artista, Giovanna Antonelli começou a carreira em 1991 como Angelicat, como eram chamadas as assistentes de palco de Angélica, no programa Clube da Criança da Manchete. Em 1994, passou em testes da Globo e sua primeira novela foi Tropicaliente.

Ao mesmo tempo em que foi fazendo sucesso, com personagens sempre prendendo atenção, Giovanna Antonelli nunca deixou de lado a vontade de empreender. Isso, para ela, aconteceu de forma bem orgânica. Mas também ouviu muita gente a desestimular e também viu muito nariz torcido.

“Comecei a empreender muito cedo e eu comecei a ter o desejo de empreender muito cedo. E na vida, acho que o que mais desestimula a gente é a crítica do outro e o outro não acreditar na gente. Você sabe que você tem um potencial, você sabe que você pode oferecer muito mais do que o que você está oferecendo e fazendo, mas o outro te descredibiliza. E quando você entra numa pilha dessa, você vai deixando de conquistar seus sonhos ou deixando de acreditar nos seus sonhos. Hoje a gente é muito mais ouvinte desse tipo de texto, porque tem muita gente em todos os lugares falando pra gente não desistir. E a gente vai vendo muita história de superação dos outros e a gente vai tomando como espelho, que aliás, espelhar o outro é a melhor coisa que a gente pode fazer, não é copiar, né? É espelhar, é se inspirar”. 

Veja a entrevista completa com Giovanna Antonelli em Curitiba:

Sucesso pra todo lado

Dois dos maiores papeis de Giovanna Antonelli vieram no começo dos anos 2000. A história da empresária começava ali também a despontar. Em 2000, ela interpretou Capitu em Laços de Família, cativando o público e a crítica, o que lhe rendeu prêmios de atriz revelação e melhor atriz. 

Um ano depois, veio uma das personagens que é lembrada até hoje. Ou vai dizer que só de ouvir o nome de Giovanna Antonelli você já não se lembre da Jade? O papel de protagonista em O Clone foi um despertar para a atriz: a personagem ditou moda nas ruas e conquistou gente até de fora do país.

“Eu entendi que eu era uma empreendedora quando, há vinte e tantos anos atrás, brinco que fui a primeira influencer do Brasil. Tudo o que botava nos meus personagens viralizava. Numa época em que não existia viralizar na internet. Então, falei, se as mulheres, graças a Deus, são as minhas maiores inspirações hoje de trabalho, minhas ferramentas de trabalho, e meu trabalho é muito focado para a mulher. Se essas mulheres me elegeram, tenho um potencial muito maior, não só para os meus personagens, como potencial de venda. Então, o que fiz há vinte e tantos anos atrás? Todo personagem que eu ia fazer, eu pegava tudo que eu achava que podia viralizar e conectava empresas junto comigo”. 

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Foto: Divulgação/TV Globo.

Giovanna disse que as personagens a ajudaram a construir o que ela se tornou hoje. Pois foi uma fonte de inspiração para poder entender também como funcionava o mundo do empreendedorismo.

“Quando eu lançava um personagem, eu estava conectada, tipo, a roupa com uma empresa, o brinco com uma empresa, o esmalte com outra empresa e fazia o licenciamento. E empreendia tudo que eu estava vendendo naquele personagem, trazendo para a minha vida pessoal. Foi aí que eu comecei a gostar do negócio. E a partir daí eu comecei a criar negócios até hoje. Eu tenho grandes empresas e tenho pequenas empresas também, entendeu? Porque eu acredito em startup, eu acredito em ser investidor anjo, eu acredito em começar pequeno algum projeto, pode não dar certo, mas eu estou sempre sonhando”. 

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Foto: Divulgação/Inove/Sebrae-PR.

Criatividade a seu favor

Giovanna reconhece que empreender no Brasil não é fácil. Apesar disso, a criatividade do brasileiro é algo que só nós temos. Por isso, sempre existem saídas e é nisso que as pessoas devem focar.

“Óbvio que empreender, principalmente no nosso país, é sempre desafiador. E prender a atenção de um público para comprar uma ideia ou um produto nosso, acho que é o que todo mundo luta hoje em dia pela audiência de prender a atenção das pessoas. Então o brasileiro tem uma criatividade tão maravilhosa, a gente tem que usar isso ao nosso favor e principalmente usar a internet”.

Sobre a internet, a atriz e empresária reforça: aproveite desse mundo virtual para o que de melhor ele possa oferecer. E deixe a parte do passatempo para o mundo real.

“Não use a internet para passar o tempo. A gente tem a maior ferramenta de ganhar dinheiro e criar conteúdo relevante para as pessoas. Então a gente tem que aprender que passar tempo a gente passa em casa com a família, com os amigos, tomando uma cerveja. Internet a gente tem que usar para trabalhar, produzir, ganhar dinheiro, usar toda a nossa criatividade”. 

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Foto: Divulgação/Inove/Sebrae-PR.

De mulher pra mulher

Desde o começo na carreira, Giovanna Antonelli sempre conversou diretamente com as mulheres. E ela entende a importância que esse público teve em sua própria construção como empresária.

“Eu sei a capacidade que os nossos personagens têm de entrar na vida das pessoas e mudar vidas. E como sempre falo que foi a imprensa e as mulheres que me trouxeram até aqui, até onde eu estou, e só coisas boas acontecem na minha vida, eu como uma forma de gratidão, comecei a construir projetos para mulheres”. 

Como forma de conseguir com que as mulheres estivessem cada vez mais conectadas e alinhadas, ela criou uma plataforma digital, que funciona há quatro anos, e tem ajudado muita gente. Inclusive mulheres que foram vítimas de violência doméstica e querem sair de uma relação de dependência financeira.

“É uma plataforma orgânica com muitas mentorias, inclusive eu dou uma mentoria de marketing pessoal, para poder pegar essas mulheres todas que foram donas de casa, reprimidas ou que não puderam construir suas vidas profissionais ou que ficaram cuidando dos filhos e o tempo passou, porque o tempo não passa para quem quer construir alguma coisa ou empreender. A gente pode começar a mudar de vida a qualquer momento, isso é a magia de estar vivo”. 

A plataforma, conforme Giovanna, é focada no desenvolvimento pessoal e no desenvolvimento profissional dessas mulheres. É através dali o pontapé.

“Essa mulher hoje, através dessa minha plataforma, pode tirar o sonho dela do papel, seja ele qual for. Isso pra mim é uma coisa que eu mais me dedico hoje, na minha vida, tem sido falar com pessoas nos palcos e através da minha plataforma feita para mulheres. Gente, acredite nos seus sonhos, você é o seu sucesso. Você acredita em você, o céu é o limite. Não tem jeito não. Só coisas boas acontecem”.

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Foto: Divulgação/Inove/Sebrae-PR.