Com foto de Roberto Chacur, o álbum “Amor de AM” está disponível em plataformas de streaming. Enzo Banzo realiza via a plataforma catarse o financiamento colaborativo para a versão física do álbum. Além disso, é possível adquirir outros produtos e combos, como camisetas, livros entre outros brindes.

Se você espera um álbum que retrate aos ecos o bacanal tupiniquim superestimado das paixonites, nem se dê ao luxo de mudar a frequência. O novo álbum de Enzo BanzoAmor de AM – vai do melô da garçonete ao fundo do copo sem pestanejar.

Amor de AM (Matraca Records/YB Music) é de longe, aquele trago fatídico onde se contempla sem soluçar. Com nove faixas pontuadas poeticamente por botecos, cerveja gelada, devaneios e todas as burrices profundas cometidas por alguém que, certamente, foi até a última dose da paixão num balcão qualquer, é por aí que Enzo Banzo reflete seu livre arbítrio do amor com o novo álbum.

Assim como uma boa canção brega sobre afetos e fascínios, é claro que Amor de AM nasce na mesa de um botequim. E nesta junção frutífera, o mineiro Enzo convidou o paulistano Gustavo Galo para brindar a faixa que dá nome ao álbum.

“Venho do interior, de uma cidade mineira com menos de 20 mil habitantes. A formação musical de quem vem desse contexto é muito variada. Lá em casa ia-se do Caetano da minha mãe ao Tonico e Tinoco do meu pai; também ouvia o que passava na TV (rock, estávamos nos anos 80); e lembro da viola caipira que meu primo tocava quando passávamos o domingo na roça”, remonta Banzo. (Foto: Roberto Chacur/Divulgação)

A palavra Amor começa com AM, igual a frequência de rádio que atravessa os rincões do Brasil, e que tem dentre suas essências a veiculação de canções amorosas, dessas nas quais o ouvinte reconhece a própria história, se reconhece”, constata.

Se a toante de Amor de AM é pautada pelo ar setentista pop-rock-brega, a produção musical do Saulo Duarteresponsável também pelo Canção Escondida, álbum de estreia de Enzo, em 2017 – propicia esse universo de maneira complementar.

Não bastasse a junção masculina essencialmente confabulada entre Saulo e Enzo, o novo álbum foi gerado quase que de bar em bar, de mesa em mesa.

Cruzar o Norte-Nordeste com Minas, passando por São Paulo, foi algo que acabou acontecendo no disco. Saulo Duarte, que é paraense – e passou boa parte da vida no Ceará -, é o produtor do álbum e trouxe muitas referências de lá. Fizemos a produção na casa do Victor Bluhm, baterista que é cearense. Rendeu um divertido clima Ceará-Minas na Vila Madalena [bairro paulistano] que acho que repercute no disco”, insinua.

“Quanta beleza há em acostumar-se com a nudez do outro? Despir-se dia após dia, para tomar banho, para dormir, para mais nada. Admirar essa nudez desinteressada é um gesto menor de amor? ‘Olhando longe’ é sobre essas pequenas belezas não notadas”, explica Banzo. (Foto: Roberto ChacurDivulgação)

Todos os homens de Amor de AM

E é claro, na simultaneidade famigerada da banda Porcas Borboletas onde Enzo está há mais de vinte anos ao lado dos despudorados e autênticos moçoilos – que celebram quatro álbuns autênticos na discografia da música brasileira – entre eles, Danislau vocalista e compositor na banda – assina a composição de Olhando Longe que chegou em single para promover o álbum.

Outros homens essencialmente sensíveis em denotar seus ardores em Amor de AM consolidam o projeto: Diego Mascate em Seufaixa que encerra o álbum – e a dobradinha entre Enzo e André Mourão em Embriagados de Amor.

“Imagine-se em um almoço rotineiro, dois amantes que conversam: um é tocado pela beleza do que o outro diz, enquanto observa sua boca, engordurada pela comida. Talvez esteja aí uma cena de amor explícito”, evoca Banzo sobre outro poeta das belezas do dia a dia. (Foto: Roberto Chacur/Divulgação)

Delicado, afetivo e dolorosamente seleto em seu alter ego. Enzo Banzo vai do soturno ao doce e irônico cotidiano do seu metiê, como explicita em Cantor e a Garçonete.

mas num sorriso bem discreto a gente solta as mãos
enquanto afino a instrumento
ela prepara o balcão
já começou o movimento
escolho uma canção
e canto pra ela dançar
com a bandeja na mão
e dança minha linda garçonete
o seu cantor é seu tiete
esquece dele aqui não
a noite é longa
mas quando acaba podemos brindar
contamos juntos o pagamento com o dono do bar
pra ela vão as gorjetas
e vem pra mim o couvert

(trecho da composição O Cantor e a Garçonete de Enzo Banzo)

A virilidade emotiva de Amor de Am também é acrescentada por Pedro Vinci e Fernando Rischbieter na gravação, mix e master. Além de todos eles, Victor Bluhm (bateria), João Leão (teclados) e a part. especial de Diego Mascate consolidam a hombridade no álbum. E pra não dizer que não falei das flores, reverberando de forma genuinamente estrondosa, a percussionista Nath Calan.

Amor de AM está disponível em plataformas de streaming e também pode ser adquirido em formato físico pela campanha de financiamento colaborativa. Além do álbum, há combos com camisetas, livros entre outros projetos de Enzo. Saiba mais aqui.

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Enzo Banzo e a sutileza brega do seu pop-rock em ‘Amor de AM’

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