A atriz e cantora Emanuelle Araújo, 44, diz estar entusiasmada com a reprise de “Malhação – Sonhos” (Globo, 2014).
Para a artista, rever a novela dá “um frescor de como se estivesse começando agora”. Com mais de 30 anos de carreira e vários trabalhos na TV e na música, ela diz que foi após a novela teen que encontrou a completude que precisava para investir na atuação.
“Já de cara me apaixonei pelo projeto”, diz Emanuelle, que interpretou Dandara. Na trama, a professora da Escola de Artes Ribalta se apaixona por Gael, o mestre da Academia de Luta, vivido por Eriberto Leão. “Era um casal com muitas nuances. Os conflitos de Dandara e Gael não ficavam só na briga e romance como normalmente casais protagonistas ficam.”
Na história, o casal vê diferenças nas suas profissões e na forma de criar os filhos como pais solteiros: Dandara é mãe de João (Guilherme Hameck), e Gael é pai de Karina (Isabella Santoni) e Bianca (Bruna Hamú). Ao longo dos episódios, eles buscam um equilíbrio entre suas personalidades contrastantes.
A atriz afirma que, por ser uma novela com muitos telespectadores jovens, a popularidade veio de forma diferente. “Dandara foi um marco mesmo, neste sentido de um alcance no público jovem. É um público que me acompanha até hoje, a novela acabou lá em 2015, e desde então muitos fã-clubes me acompanham.”
Baiana, Emanuelle ficou conhecida nacionalmente em 1999 ao substitui Ivete Sangalo como vocalista da Banda Eva.
penas depois, ela chegou às novelas, estrelando, além de “Malhação”, folhetins como “Pé Na Jaca” (Globo, 2006-2007) e “Cordel Encantado” (Globo, 2011). “Sempre fui do coletivo, inclusive na música. Depois da ‘Malhação’, eu corri meus caminhos solos, foi quando lancei meus discos, fiz filmes de cinema. Foi um momento de mergulhar.”
Em sua discografia, Emanuelle Araújo possui “O Problema É a Velocidade” (2016) e “Quero Viver Sem Grilo” (2020).
Um nome bem propício para o tempo que estamos vivendo”, diz a cantora, em tom de brincadeira. Lançado em fevereiro de 2020, o álbum é uma homenagem ao cantor e compositor Jards Macalé, que fez sucesso nos anos 1970, mas que “é contemporâneo até hoje”. “Fico muito feliz que as pessoas escutem a obra de arte de Macalé neste momento delicado.”
Para a cantora e atriz, 2020 foi um ano extremamente difícil, mas que ela pôde usar para encontrar uma cura pessoal. Ela diz que após a perda de seu pai, em 2019, precisava de um momento para “cuidar muito da saúde mental”. A artista afirma que conseguiu potencializar a arte e se conectar ainda mais com sua carreira musical. “Isso me deu muita força.”
ANSIOSA POR ‘CHICAGO’
Em meio aos cuidados na pandemia, Emanuelle Araújo tem feito aulas de balé clássico e canto lírico, além de se dizer animada para estrear seu primeiro musical, no qual interpretará Velma Kelly, de “Chicago”. O espetáculo, criado pelo diretor e coreografo americano Bob Fosse (1927-1987), em parceria com Fred Ebb (letras) e John Kander (canções), se tornou um clássico. Estreou na Broadway 1975. Em 2002, foi adaptado para o cinema e ganhou o Oscar de melhor filme.
Para a atriz, a oportunidade de trabalhar com mais uma de suas paixões, a dança, é muito especial. “Adoro o texto, as músicas, as coreografias. Dos musicais da Broadway que já assisti foi o que mais me identifiquei”, explica. Sobre ter sido escolhida para o papel da protagonista, ela conta: “Fiquei muito feliz em ser selecionada, é uma personagem instigante e um feminino potente que me interessa muito.”
“É um desafio que estou me preparando bastante para realizar”, continua a artista. A nova remontagem brasileira estrearia em novembro de 2020 nos palcos de São Paulo, mas foi adiada devido à pandemia do coronavírus. Agora, a previsão é para junho deste ano. “Vou aproveitando do adiamento para me preparar mais. As aulas de dança e canto me dão mais segurança para o início dos trabalhos”, afirma.
“Podem esperar a qualidade dos espetáculos da Broadway e toda a minha dedicação, amor e alegria para compor este personagem e fazer parte deste trabalho lindo!”, completou. Além de “Chicago”, a atriz conta que ainda tem dois filmes previstos e desenvolve uma ideia para um novo trabalho musical.
Além da música, das novelas e do teatro, Emanuelle já atuou em diversos filmes nacionais, como “S.O.S Mulheres ao Mar” (2014), “Até Que a Sorte Nos Separe” (2015) e “Ó Paí Ó” (2007). Em 2018, ela também protagonizou a série da Netflix “Samantha!” e afirma ter sido uma personagem “atípica e maravilhosa no universo do show business”.
Emanuelle também é carnavalesca de espírito, “não só como uma cantora, mas como foliã também”, e teve que se adaptar à ausência das festas esse ano, participando da “farra online” do cantor Matheus VK, transmitida pelo Instagram, e cantou na live do bloco fluminense Cordão da Bola Preta. “Foi realmente frustrante não ter Carnaval, mas, ao mesmo tempo, o ser humano é adaptável”, diz.