“Tá passada?”. Provavelmente ao ler essa frase, você identificou do que estamos falando. Ou melhor, de quem: Esse Menino. O humorista viralizou na pandemia com um vídeo sobre as vacinas da “Pfizer”, e agora chega a Curitiba em grande estilo: duas sessões, no Teatro Fernanda Montenegro, neste domingo (24), uma delas esgotada. Veja abaixo o vídeo da entrevista.
A primeira sessão, que vai ser às 18h, tem ingressos esgotados. Mas o segundo horário, marcado para às 20h30, ainda tem lugares disponíveis. Os ingressos custam a partir de R$ 50 (meia-entrada) e são vendidos pelo Disk-Ingressos.
Viralizar na pandemia trouxe um duplo sabor ao humorista, que criticava politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar disso, a fama o fez poder viver do que ele realmente gosta de fazer, que é ver as pessoas sorrindo.
“Parte boa: dinheiro, chance de trabalhar com o que eu amo, viver sonhos e realizar sonhos. Parte ruim: a trabalheira que envolve fazer tudo isso, e a trabalheira emocional mesmo, da labuta, de tudo que a gente tem que fazer na parte burocrática, de criar tudo, mas também muito emocional porque você tem que lidar com o público e todo mundo fala o que quer e todo mundo tem acesso rápido a você. Isso de certa maneira, hoje em dia, é uma das partes boas, porque aprendi a lidar com algo que eu nem sabia que existia, aprendi meu valor e a ter autoconfiança no que eu faço mesmo”.
Mesmo desagradando sempre algum dos lados, o humor tem tudo a ver com política. Ainda mais pela liberdade em poder criticar. Para Esse Menino, foi exatamente por isso que ele quis falar.
“Acho que foi importante para algumas pessoas lembrarem que isso existia e também porque foi um momento muito tenso e a risada está sempre a nosso favor. É aquela coisa: na merda nós já estamos. A gente tem que sentir todas as emoções, chorar e tudo, mas também podemos rir e isso não anula o peso do que está acontecendo, mas faz a gente lidar com esse peso”.
Já a importância do humor como forma de crítica, o artista diz que, para ele, vem também como poder de cura. Principalmente quando lembra que morava no interior de Minas Gerais e era uma “bichinha que sofria bullying”.
“A partir do momento que você ri de uma coisa ela não vai embora, mas você consegue olhar para ela. Tipo rir daquele monstro debaixo da sua cama que antes você tinha medo e agora você está rindo com ele. Humor deixa a gente mais leve, mas é uma sobrevivência também, para quem faz principalmente”.
Sensação do palco
Por ter viralizado num momento em que todos tínhamos que ficar em casa, Esse Menino demorou a experimentar o sabor de ouvir uma risada e um aplauso. E agora disse que tem sido incrível a sensação do palco.
“É um sonho, essa é a melhor parte porque fiquei muitos anos vendo as risadas que eu causava em ‘kkk’ e ‘hahaha’. Agora eu vejo, eu escuto, eu sinto, e era essa minha intenção quando eu comecei. Sem contar que hater não paga ingresso, eles não vão lá, não tem o que fazer lá, então dá uma filtrada boa. Mas é muito interessante estar no palco, até para lidar com a expectativa do que as pessoas querem ver […]. Na internet, um vídeo que a pessoa iria ver e não gostou ela passa para o outro, mas no teatro ela senta e assiste, então o teatro tem esse valor também”.
O que esperar da peça?
Aos que riram bastante do vídeo que viralizou, Esse Menino alerta: não espere ir até a peça e ver somente uma reprodução daquilo ao vivo. O espetáculo é mais do que isso.
“Tudo que eu faço, eu escrevo, o ponto de partida são as minhas ideias, as pessoas podem esperar o contexto de loucura, de subverter ideias, isso acontece sempre. Brinco com o vídeo que viralizou, mas porque faz parte da história, mas tenho mais a mostrar e o show vai para outro lugar. Eu reparei que existia muito a falta de material na comédia sobre a experiência da bicha no mundo, tanto experiência sexual, quanto sair do armário, nem todo mundo é hetero. Reparei que, por ser feita por muitos homens heteros, escutamos sempre a mesma história, a mesma perspectiva do assunto. Eu quis pegar tudo isso e falar sobre outro lado da história”.
Carinho de Curitiba
No ano passado, o humorista passou por Curitiba em uma das primeiras vezes que percorreu o país. E disse ter se surpreendido, principalmente pela “fama” que a cidade tem de ser mais conservadora. Agora, as expectativas aumentaram.
“Curitiba ano passado foi muito incrível. Quando fui para o Sul, no ano passado, foi a primeira vez que fui e Curitiba foi a primeira cidade. Eu não sabia o que esperar, e foi uma das plateias mais calorosas que eu já tive. Espero de novo isso, porque as pessoas foram muito mente abertas. Espero que a galera chegue lá para ver as novidades que tem no show, que evoluiu muito. Estou ansioso para estar de volta na cidade e entregar para essa galera, porque sei que existe muita gente interessada no que eu tenho pra falar e eu estou fazendo para elas”.
Veja a entrevista completa com Esse Menino:
Serviço
Esse Menino em Curitiba
Quando: domingo, 24 de setembro
Onde: Teatro Fernanda Montenegro (Shopping Novo, Rua Cel. Dulcídio, 517 – Batel)
Horários: 18h (ingressos esgotados) e 20h30 (ingressos à venda)
Quanto: ingressos a partir de R$ 50, venda pelo Disk-Ingressos.