Há quase 40 anos, Curitiba era sede do primeiro comício das Diretas Já, movimento popular que entraria para a história, ao tentar interromper as duas décadas em que a ditadura militar impedia a escolha dos presidentes da República pelo voto direto. Mais de 50 mil pessoas foram à Boca Maldita para ouvir o discurso em defesa da democracia, de grandes líderes entre eles, o então presidente nacional do MDB, deputado Ulysses Guimarães, os governadores Tancredo Neves, Franco Montoro e José Richa, o senador Alvaro Dias e o deputado Dante de Oliveira, autor da emenda constitucional que devolveria a eleição direta.
Buscando recontar a história do comício que viria a se repetir em todas as capitais e grandes cidades brasileiras, o publicitário Marco Buchmann e o cineasta Daniel Pereira anunciaram no último dia 15, o lançamento para janeiro de 2024, do documentário Eu quero votar para presidente – O Documentário, com depoimentos dos participantes do histórico comício, além de imagens históricas do dia.
O documentário está previsto para ser lançado no dia 12 de janeiro do próximo ano, quando o comício completará 40 anos. Em uma hora que a democracia passa por momentos de turbulência, a ideia dos diretores é resgatar a memória democrática do Brasil, para que os erros do passado não se repitam.
“Contar essa história é uma retratação importante com os personagens que quase ninguém conhece, mas que fizeram a roda da democracia voltar a girar”, afirma Daniel Pereira.
A importância do comício das Diretas Já em Curitiba para a história do Brasil, será um dos destaques do documentário.
“Foi o maior movimento popular brasileiro, que começou em Curitiba, e gerou uma avalanche de processos que levaram à redemocratização do país”, conta o publicitário Marco Buchmann. O documentário está sendo construído com recursos próprios até o momento, além da colaboração de pessoas que estiveram presentes na Boca Maldita naquele dia 12 de janeiro. “Esse documentário também é um movimento popular. Contamos com a ajuda das pessoas para fazer com que ele aconteça”, complementa Buchmann.
Para ajudar da construção do documentário com imagens, fotos ou depoimentos, quem participou do comício público ou como organizador, poderá entrar em contato via Instagram dos diretores.
“Se manter vigilante com a democracia é a maior obrigação de qualquer cidadão”, completa Daniel.