(Foto: Rodrigo Juste Duarte/Arquivo UFPR)

 

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) terá 127 bolsas de mestrado e doutorado suspensas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (Capes).

A notícia vem depois da decisão do governo de cortar 30% das verbas destinadas a todas as instituições federais de ensino do país. Na UFPR, essa porcentagem representa R$ 48 milhões, que seriam usados para o pagamento de serviços essenciais, como água, luz, telefone e limpeza.

Além da ausência desse recurso, que pode resultar na interrupção das atividades da UFPR no segundo semestre, o governo decretou também o congelamento das bolsas de pós-graduação.

De acordo com a instituição, esse corte atinge os alunos que acabaram de ingressar no mestrado ou doutorado e que usariam as bolsas deixadas por estudantes que já haviam finalizado os cursos. Esse é o caso da jornalista Manoella Fortes Fiebig, de 26 anos, moradora de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Ela passou no doutorado em Comunicação Social na UFPR e depende do benefício para completar os estudos.

“A bolsa é a minha oportunidade de me mudar para Curitiba e me manter com dedicação exclusiva ao doutorado. Eu e mais três colegas conseguimos a bolsa, encaminhamos a documentação e estava tudo certo. Só que ontem recebemos o comunicado oficial de que a Capes bloqueou o nosso benefício. Isso fez com que eu repensasse a minha ida à Curitiba”, disse ela em entrevista à Banda B nesta sexta-feira (10).

Ela afirmou que já havia entrado em contato com a imobiliária para alugar um apartamento na capital paranaense, mas precisou cancelar o contrato. “É óbvio que eu também fico pensando que talvez tenha que desistir do meu sonho de fazer o doutorado por causa da falta de bolsa. Por outro lado, é legal que uma rede de apoio está se formando e muitas pessoas já me ofereceram apoio financeiro, casa para eu ficar…”, completou.

Segundo a UFPR, durante o período de troca dos beneficiários, as bolsas ficam de um a três meses sem atribuição, mas, depois disso, são realocadas para pós-graduandos. A universidade ainda afirmou que vai se mobilizar junto ao governo federal para recuperar o benefício.

Os estudantes que já recebem bolsas não serão afetados pela medida. Atualmente, mais de 470 projetos de pesquisa são desenvolvidos na instituição.

O que diz a Capes

O presidente da Capes, Anderson Correia, disse em coletiva nesta quinta-feira (9) que o “congelamento de bolsas ociosas representa 1,75% do total de 200 mil benefícios destinados à pós-graduação e formação de professores da educação básica”.

No total, a Capes congelou 4.798 bolsas “que não estavam sendo utilizadas no mês de abril”. “A medida é parte das ações da instituição para cumprir o contingenciamento na administração pública federal. A decisão foi tomada para conseguir fazer um diagnóstico da situação para fazer ajustes pontuais”, afirmou Correia.

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UFPR tem 127 bolsas de mestrado e doutorado congeladas pelo governo

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