A nova alta na transmissão da Covid-19, que se confirma com números diários bastante expressivos, também tem reflexo direto nos internamentos de pacientes no Paraná. Nesta terça-feira (19), por exemplo, o estado tem o maior número absoluto de pessoas internadas em leitos de enfermaria ou UTI, com confirmação ou suspeita da infecção causada pelo coronavírus. São, ao todo, 2.843 internados, segundo números da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Foto: AEN

O momento de preocupação foi expressado pelo diretor de Gestão em Saúde da Sesa, Vinícius Filipak, durante encontro do Fórum Metropolitano de Combate à Covid.

Em entrevista à Banda B, Filipak confirmou que o início de ano demanda um cuidado especial por parte de toda a população para evitar uma contaminação ainda mais forte e um eventual colapso no sistema. “Estamos hoje, infelizmente, com o maior número absoluto de pacientes internados em hospitais, tanto em UTIs, quanto em enfermarias clínicas. Com 2.843 pessoas internadas, esse é o maior número que já tivemos em toda a evolução da pandemia, maior que no inverno”, disse.

Com base nos números, é possível constatar que a situação só não é caótica por conta da abertura de leitos no estado. Atualmente a taxa de ocupação nas UTIs é de 83%, enquanto a de enfermarias está em 62%.

Mesmo assim, Filipak lembra que a situação é muito preocupante. “É um quadro muito preocupante, porque esse número já é elevado e tem mostrado tendência de crescimento nos últimos dias. Nós estamos no limite e essa transmissão se dá pela maior circulação de pessoas. Muito provavelmente os paranaenses se abstiveram de tomar os cuidados de isolamento e cuidados de higiene pessoal para evitar a contaminação no fim do ano e a gente percebe isso no nosso ‘R’, que hoje é maior que 1, ou seja, uma pessoa está transmitindo para mais uma.

Em Curitiba, segundo boletim da Secretaria Municipal da Saúde, o número de casos ativos é de 9.149, um dos maiores da pandemia.

Ampliação de Leitos

Com alta na ocupação dos leitos, um dos primeiros questionamentos é sobre a possibilidade de ampliação, mas segundo o diretor de Gestão em Saúde, isso tem ficado a cada dia mais complicado. “Essa ampliação agora encontra uma dificuldade muito grande, por conta de estrutura médica e de enfermagem para fazer o atendimento dos pacientes. Não basta ter estrutura médica, se não há profissionais para fazer a ampliação. No Paraná ainda temos uma condição bastante equilibrada, mas é importante salientar que, mesmo que tivéssemos leitos infinitos, a cada dez pacientes que internam para tratamento de Covid, duas a três morrem. É uma doença muito grave e ter leito não garante que o paciente irá retornar para o convívio familiar”, concluiu.

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Paraná tem maior número de internados desde o início da pandemia e tendência é de aumento nos casos

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