Evolução do quadro de saúde da menina Gabriele. Foto e montagem: Banda B

 

A mãe da pequena Gabriele, de 1 ano e 8 meses, tem passado dias de aflição com o diagnóstico da filha, atendida na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Pinheirinho, em Curitiba. Com o dedo aparentemente inflamado, a medicação não fez efeito desde quarta-feira (11) e passou a necrosar no fim de semana. A mãe teme que, ao invés de uma simples inflamação, a filha possa ter sofrido uma picada de aranha marrom, como chegou a ser comentado por algumas enfermeiras. “O desespero é ver o dedo da dela desse jeito e a cada espera que piore mais”, falou a mãe à Banda B, na manhã de hoje (17).

A família mora na região do Parque Industrial e decidiu levar a criança ao posto de saúde na manhã de terça-feira passada. “Chegamos lá e não tinha médico, voltamos na quarta-feira de manhã e também não tinha médico. Decidimos ir para a UPA, lá ficamos um tempo até sermos atendidos. Ela entrou na sala da médica às 16 horas e saímos no outro dia de manhã. Ela tomou soro de antibiótico na veia e ficou em observação. A médica disse que ela tinha batido o dedo, infeccionou e uma bactéria poderia ter entrado no dedinho dela”, descreveu Valéria Bechhauser, 22 anos, que trabalha como serviços gerais em um colégio estadual.

Medicada, a criança recebeu alta e foi para casa, com prescrição de continuar o antibiótico. Ao contrário da reação do medicamento, o dedo de Gabriele passou a necrosar. “Esperei que o remédio fizesse efeito, não melhorou e sim piorou. Lembrei que, quando estava em observação na UPA, as enfermeiras me disseram que poderia ser picada de aranha marrom. Me deu um desespero em pensar que estava dando remédio errado pra ela há dias. A médica não cogitou essa hipótese. Voltei para a emergência”, disse a mãe.

O retorno à UPA aconteceu na tarde de ontem (16) e teve atendimento diferenciado – a menina foi levada imediatamente para aplicação de medicamentos sob argumentos de que poderia perder parte do dedo. A família permanece no local há 18 horas aguardando uma vaga em um hospital para seguir com o tratamento. “Tudo isso acontecendo e ninguém me diz nada. Por que não fizeram isso quando trouxe ela pela primeira vez? Ninguém me diz nada, se é aranha, se é bactéria, mas se é bactéria por que o antibiótico não fez efeito? Agora minha filha corre o risco de ficar sem o dedo e que Deus nos livre do pior”, lamenta a mãe.

Outro lado

Sobre o caso, a prefeitura de Curitiba enviou a seguinte nota:

A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba informa que a paciente foi atendida no dia 11/10, na UPA Pinheirinho, com uma queixa de uma infecção na pele não especificada.

Ela foi examinada, internada, medicada e liberada no dia seguinte, com orientação para continuidade do tratamento com antibiótico (para o caso de a lesão ser ocasionada por bactéria) e também com corticoide (para o caso da lesão ser ocasionada por aranha marrom). Os medicamentos prescritos combatem infecção e a inflamação, respectivamente.

Além disso, na UPA foram realizados exames laboratoriais que apresentaram resultados normais, sem qualquer alteração renal, o que indica que a hipótese de picada por aranha marrom não seja provável.

Mesmo com o antibiótico, a infecção na pele da criança evoluiu de forma agressiva. A família, então, buscou novamente a UPA no dia 16/10. Com a piora local da infecção, a paciente está sendo encaminhada para o Hospital Evangélico, para a continuidade do tratamento.

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Bactéria ou aranha marrom? Mãe vive drama em não saber por que filha corre risco de perder dedo

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