(Foto: EBC)

 

O diretor de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Alcides Augusto de Oliveira, disse que a sindicância aberta pela administração municipal aponta para uma falha na aplicação como a causa da morte da paciente de 62 anos, que teve uma reação adversa após tomar a vacina da gripe. A mulher morreu neste fim de semana em um hospital em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, onde estava internada desde o fim de abril.

A aplicação da vacina aconteceu na Unidade de Saúde do Medianeira, no bairro Boa Vista, em Curitiba. “Houve uma falha na aplicação da vacina. Há indícios de que houve falhas neste procedimento de aplicação. A unidade ficou fechada e, neste período, os servidores foram capacitados”, descreveu Oliveira à Banda B.

Segundo o diretor, é importante que a população entenda que o caso foi pontual. “Na cidade toda de Curitiba não houve nada semelhante a isto. Portanto, é possível deixar claro que ela é uma vacina segura. É de suma importância que as pessoas procurem as unidades”, descreveu.

Com relação à unidade onde houve a reação, ela foi reaberta no último dia 27. Quatro servidores respondem a processo administrativo pelo caso e aguardam a conclusão dele.

Sismuc

Em nota publicada em seu site, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) lamentou a morte da mulher e declarou que os funcionários da saúde também estão de luto. O sindicato ainda afirmou que o governo também tem “a sua parcela de culpa ao não oferecer condições dignas de trabalho”. Leia o texto na íntegra:

A direção do Sismuc manifesta o seu profundo pesar pela morte no último sábado (19) de uma senhora de 62 anos, vítima de uma infecção bacteriana contraída ao tomar a vacina da gripe, na Unidade de Saúde Medianeira, que fica no bairro Boa Vista,  em Curitiba. O Sismuc estende a solidariedade à família e amigos e cobra esclarecimentos e ampla investigação dos fatos.

Este é um momento de dor para os familiares da vítima, mas também é de luto e luta para as equipes de enfermagem – assistentes e técnicos de enfermagem e enfermeiros – e para todos os servidores públicos municipais de Curitiba. É precipitado culpabilizar apenas os servidores pela fatalidade; o Estado também tem a sua parcela de culpa ao não oferecer condições dignas de trabalho para os servidores públicos da área da saúde.

O Sismuc já denunciou várias vezes que em Curitiba os trabalhadores estão submetidos a precárias condições de trabalho. Faltam reposição de novos servidores, medicamentos, manutenção nos equipamentos e até mesmo materiais básicos como papel higiênico, copos descartáveis e sabonete para higienização das mãos.

A direção do Sismuc repudia qualquer julgamento atribuindo culpa apenas às equipes de enfermagem. E entende que  todas as autoridades devem ser envolvidas para que o caso seja apurado com o rigor da lei, sem desconsiderar o papel de cada um dentro do sistema funcional de uma unidade de saúde. Das verbas repassadas da União para o município até a vacinação, não se pode esquecer da falta de valorização profissional da equipe da enfermagem e nem da quantidade de usuários dos serviços de saúde público que devem ser atendidos cotidianamente.

O Sismuc reafirma completa inconformidade pela morte e envia solidariedade aos familiares e amigos da vítima. E vai lutar para que os profissionais da enfermagem não sejam julgados como negligentes. Esses profissionais representam o maior número de trabalhadores da saúde e são a base de sustentação do Sistema Único de Saúde (SUS) e os responsáveis pelo acolhimento de todos e todas.

 

 

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