Fotos: Antônio Nascimento – Banda B

 

Um belo prato de arroz, feijão carioquinha, frango, creme de milho e salada de alface com cenoura, com salada de frutas de sobremesa, foi o cardápio do primeiro dia de funcionamento do Restaurante Popular do Capanema, reinaugurado nesta quinta-feira (18) pelo prefeito Rafael Greca, depois de permanecer fechado por 18 anos. O novo restaurante tem capacidade para servir 1 mil refeições por dia, mas inicialmente irá oferecer 500 pratos a R$ 2 cada.

A inauguração contou com a presença do governador Beto Richa, da primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone, do vice-prefeito, Eduardo Pimentel, de secretários e vereadores, que foram recebidos por Greca e pelo secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Luiz Gusi. A secretaria é responsável pela administração dos restaurantes populares de Curitiba.

Emocionado, Greca lembrou ter sido ele, em sua primeira gestão como prefeito, o responsável pela concepção do restaurante popular e que a primeira unidade foi inaugurada exatamente no mesmo local, debaixo do viaduto do Capanema. O espaço ficou conhecido com o restaurante de um real, por servir refeições por este valor. “Saudamos com alegria esse momento de ressurreição, esse lugar há muitos anos foi objeto de um restaurante popular, o restaurante de um real, o primeiro do Brasil”, disse o prefeito. “Eu e Margarita fomos a Buenos Aires e vimos a inteligente ideia do restaurante Piegari, que funciona embaixo de um viaduto. Resolvi fazê-lo em Curitiba, mas numa proposta não elitista e sim popular”, disse Greca.

Sobre o novo restaurante, o prefeito completou: “A ideia é o alimento na mesa. Quando as pessoas servem comida na rua para os pobres elas destroem a possibilidade da sua recuperação humana. A comida não é para ser servida no chão, a comida é para ser servida na mesa”, disse Greca. “Jesus Nosso Senhor quis comer com os que amava e sentou-se à mesa com publicanos, prostitutas e pecadores e com as famílias para partir o pão. Ele deu à humanidade, ao se sentar à mesa e abençoar a refeição, a possibilidade de tirar da condição de vulnerabilidade e elevar à condição humana”.

O secretário Gusi salientou que a abertura do novo local é uma expansão da política de segurança alimentar na cidade. Curitiba já tem quatro restaurantes populares (Matriz, Sítio Cercado, CIC/Fazendinha e Pinheirinho). “Nós vamos passar agora a servir 4.700 refeições por dia na cidade”, contou ele.

Já o governador lembrou ter sido em sua gestão como prefeito de Curitiba a construção dos demais restaurantes populares da cidade. “Almocei várias vezes nos restaurantes populares e me impressionava a alegria das pessoas, muitas desempregadas, dos idosos e dos estudantes agradecendo por aquele restaurante”, contou Richa. “Com R$ 1, eles mal podiam comer uma coxinha e ali estavam bem alimentados, cuidando da saúde, a um preço muito acessível”, completou o governador.

Novo restaurante

O novo restaurante popular tem bilheteria, praça de alimentação, espaço de recebimento e manipulação das refeições, área de higienização de utensílios, banheiros, vestiários e salas de apoio. Na parte externa do local, de frente para a Avenida Affonso Camargo, está o espaço de atendimento da Fundação de Ação Social (FAS). No espaço oposto, de quem desce pela Rua Ubaldino do Amaral, está o posto da Guarda Municipal.

O restaurante é administrado pela Ozzi Tecnologia em Alimentos, que venceu uma licitação realizada no ano passado e que já era responsável pela unidade do Pinheirinho, uma das quatro unidades que hoje integram a rede de restaurantes populares da Prefeitura. E é exatamente da unidade do Pinheirinho que os alimentos chegam ao restaurante do Capanema, prontos para serem servidos, atendendo às normas da Vigilância Sanitária.

Não há cozinha, mas uma área para recebimento das refeições e inspeção pelas nutricionistas da Smab, responsável pelo espaço. O padrão da alimentação no local é o mesmo das atuais unidades de Curitiba, com refeições balanceadas e de qualidade.

O fluxo de entrada e saída das pessoas foi pensado de forma a possibilitar que o restaurante funcione dentro de uma lógica, na qual seja possível que cidadão tenha acesso aos lavatórios na chegada, siga ao bufê para fazer a escolha do alimento, acesse as mesas e, na saída, deposite o prato para que seja higienizado e devolvido limpo ao próximo cliente.

Complexo socioambiental

A obra recebeu R$ 1,3 milhão de investimento e é uma medida compensatória socioambiental pela implantação do estacionamento subterrâneo, sob a Avenida Presidente Affonso Camargo, pelo consórcio ETM, formado pelas empresas Estapar, Tucumann e J. Mallucelli.

Além disso, o Governo do Estado repassou para a Prefeitura R$ 345 mil, que foram usados para a compra dos equipamentos para servir e do mobiliário da praça de alimentação.

Painel do grafiteiro Ferge homenageia artista Ida Hannemann

Em um painel de 9 metros de comprimento por 2,5 metros de altura, o artista Ferge Grafitti retratou elementos ícones de cidade de Curitiba, como a gralha azul, o pinheiro, uma litorina e uma parte do viaduto do Capanema. O trabalho em grafite está instalado no salão de refeições do Restaurante Popular do Capanema, inaugurado pelo prefeito Rafael Greca.

A obra Cores Curitibanas é uma homenagem à artista Ida Hannemann de Campos, autora do painel Gralha-Azul, obra de 1996 que está na praça em frente ao Asilo São Vicente de Paula, no Cabral. O painel em azulejo apresenta pinheiros, pinhões, vistas da Serra do Mar e, gralhas-azuis e serviu de inspiração ao grafiteiro.

“É um privilégio poder fazer uma homenagem para a Ida Hannemann por meio do grafite. Eu não a conhecia pessoalmente e estou muito feliz em conhecê-la, ela foi uma referência para o meu trabalho”, disse Ferge.

Ida Hannemann teve aulas com o pintor Guido Viaro no início dos anos 1940. Ainda em atividade, acumula mais de 70 anos de trabalho em diversas expressões como desenhos, aquarelas, cerâmicas, gravuras, pinturas, tapeçarias e poesias.

Já o grafiteiro Ferge soma uma carreira de 20 anos e tem obras espalhadas pela cidade, como um registro na trincheira do Bairro Novo e uma obra no muro do condomínio Parque Iguaçu, da Cohab.

Nesta quarta-feira (18/1), na véspera da inauguração do espaço, o prefeito comparou a obra dos dois artistas. “Há quase cem anos de diferença entre eles, mas uma proximidade muito grande na arte e na sensibilidade”, afirmou.

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Depois de 18 anos fechado, Restaurante Popular do Capanema é reaberto

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