Quem é trabalhador, de carteira assinada, sabe muito bem o que representa o reajuste salarial.
O reajuste é a forma legal de corrigir perdas provenientes da inflação.
A inflação corrói o seu salário e se não houver essa reposição o seu poder de compra vai diminuindo a cada dia.
Mas o trabalhador do setor privado sabe que o patrão para dar reajuste salarial precisa estar com as contas da empresa em dia.
Precisa gastar menos do que recebe com os seus serviços ou com a venda dos seus produtos.
Quando isso acontece, trabalhadores e patrões se sentam numa mesa de negociação e discutem qual o valor dessa reposição.
Nada mais justo e transparente.
O problema, é quando essa reposição é dos funcionários públicos.
Eles mesmos os empregados dos povo.
Aqueles que deveriam prestar um serviço público de qualidade e serem remunerados com os impostos que o governo arrecada de nos, contribuintes.
Mas os salários do setor público são em média até 10 vezes maiores do que no setor privado.
As suas aposentadorias a gente nem fala porque são muito maiores do que a de um trabalhador comum e o tempo de contribuição é bem menor do que o nosso.
Nos do setor privado financiamos o INSS para pagar as aposentadorias do setor público. Por isso a reforma da previdência é tão importante.
Mas eles também são trabalhadores e merecem a reposição da inflação.
Aí é que começa a confusão.
Mereceriam se produzissem como deveria ser a regra.
Mereceriam se o Estado tivessem dinheiro em caixa para dar o reajuste.
Para dar reajuste é preciso cortar investimentos, e sem investimentos não tem melhorias na saúde, na educação e na segurança pública.
O problema não é o apenas o reajuste.
O problema são as falsas promessas.
Ganhar a eleição significa prometer mundos e fundos.
Dizer que fará isso e aquilo. Que irá resolver todos os problemas do mundo
O eleitor acredita e acaba caindo no conto do vigário.
Não existe almoço de graça.
Resultado:
Greve no serviço público, protesto da polícia, escolas sem aula e hospitais sem medicamentos e sem atendimento.
Isso tudo porque prometeram fazer algo que sabiam que não seria possível.
Agora quem paga a conta é o povo.
Para dar aumento tem que aumentar imposto ou cortar investimento.
Ser não tiver aumento, tem greve.
Nos dois casos quem paga a conta é o povo.
Pejo jeito estamos num mato sem cachorro.
*Alexandre Teixeira
Tem passagens por diversos veículos de comunicação, como TV Bandeirantes, TV OM (hoje CNT) e Gazeta do Povo, onde permaneceu por 11 anos.
Foi Diretor do Ministério do Esporte e Turismo, membro do Comitê de Patrocínio da Secretária de Comunicação Social da Presidência da República e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, no segundo mandato de então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Comunicar erro
Comunique a redação sobre erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página.
Reajuste de salário é merecido?
OBS: o título e link da página são enviados diretamente para a nossa equipe.