Por Luiz Henrique de Oliveira e Djalma Malaquias
O coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Leonir Batisti, afirmou, em entrevista à Banda B na manhã desta terça-feira (13), que Ricardo Geffer, de 22 anos, foi morto quando já estava algemado e os policiais envolvidos simularam um confronto. Segundo ele, informações de testemunhas e falhas no inquérito policial confirmam que o jovem foi executado. Durante a Operação Aquiles, deflagrada nesta manhã, nove mandados de prisão foram cumpridos. Até o momento, cinco suspeitos foram presos, entre eles o delegado Rubens Recalcatti, chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP).
Geffer era suspeito de envolvimento na morte do ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari (o “João da Brascal”), de 59 anos, em abril deste ano. Além do político, um funcionário dele, José Antenogenes de Faria, de 47, foi executado a tiros. João da Brascal era primo do delegado Recalcatti, que passou a participar da investigação do caso.
Para Batisti, há elementos suficientes para a prisão do delegado e outros policiais. “Temos elementos suficientes para mostrar que não houve a primeira versão, de um confronto em uma localidade em um lugar de difícil acesso. Policiais teriam ido para investigar crime de tráficos, no entanto essa equipe que lá foi não tinha uma atribuição e, mais do que isso, testemunhos informaram que a pessoa estava algemada e foi executada”, descreveu.
De acordo com o promotor, além de policiais outras pessoas participaram da execução. “Houve a participação de terceiros. O suspeito se rendeu a aproximação policial e teria sido algemado, morrendo após isso. Fizemos a reconstituição do caso e o pedido de prisão foi aceito pela Justiça”, afirmou.
Ainda segundo Batisti, não é possível afirmar quem matou e se a suposta execução foi motivada por uma vingança, pelo parentesco entre João da Brascal e Recalcatti. “Não temos informação referente à vingança. Os policiais presos participaram da operação e ainda estamos buscando definir qual o envolvimento de cada um no caso”, concluiu.
Advogado critica prisão
Claudio Delladone, que representa Recalcatti, afirmou após a entrevista de Batisti que não concorda com a maneira que delegado foi preso. “Houve o confronto e com base no depoimento da família de um suspeito, que vivia na marginalidade, aconteceu a prisão. Sequer o chamaram para ser ouvido. Primeiro prendem para depois investigar”, lamentou.
Dalledone afirmou ainda que pretende pedir um habeas corpus para o delegado. “Ainda estamos estudando as medidas possíveis. O delegado está abalado. Foi preso em casa e de madrugada. Um ícone da Segurança Pública não merecia passar por isso”, finalizou.
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“Suspeito foi executado algemado e não houve confronto”, diz promotor sobre prisão de Recalcatti
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