Por Felipe Ribeiro

Com greve marcada para a próxima segunda-feira (2), servidores públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba prometem fechar as unidades básicas de saúde e manter o atendimento apenas de urgência e emergência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Em entrevista à Banda B nesta quarta-feira (28), a coordenadora geral do Sindicato dos Servidores de Saúde (Sismuc), Ana Paula Cozzolino, disse que a Prefeitura vem agindo com descaso com a categoria, o que faz com que os servidores não tenham alternativa. A Prefeitura de Curitiba, por sua vez afirmou que, em caso de paralisação, a Secretaria Municipal da Saúde irá garantir o funcionamento dos serviços conforme recomendação do Ministério Público encaminhada ao Sismuc, ou seja, com manutenção de 100% do atendimento de urgência e emergência nas unidades de pronto atendimento (UPAs)

grevesaudeFoto: Divulgação

Segundo o Sismuc, além da Saúde que estará em greve na segunda-feira, os demais servidores iniciam estado de greve e podem paralisar a qualquer momento. “Infelizmente não avançamos nas negociações e a Prefeitura chegou a faltar algumas reuniões que poderiam impedir o ato”, disse Cozzolino.

Segundo a sindicalista, a principal reivindicação dos servidores é um possível calote da administração municipal, provocado por um decreto do prefeito Gustavo Fruet assinado em dezembro de 2014. “Este decreto se resume a um calote que revoga uma série de acordos no avanço do piso dos trabalhadores que não foram cumpridos. Eles adiam os avanços e ainda querem parcelar em quatro vezes e isso nós não aceitamos”, afirmou.

Entre outros pedidos da categoria são a sobrecarga por falta de novos concursos públicos; ameaça de banco de horas e do não pagamento de horas trabalhadas; possibilidade de arrocho salarial na Estratégia de Saúde da Família; não enquadramento de auxiliares em técnicos de enfermagem; não reajuste dos dentistas; e falta de condições mínimas de trabalho em todas as unidades.

Outro lado

A Banda B entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba, que informou que não foi notificada oficialmente da intenção de greve. Em caso de paralisação, a Secretaria Municipal da Saúde irá garantir o funcionamento dos serviços conforme recomendação do Ministério Público encaminhada ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), ou seja, com manutenção de 100% do atendimento de urgência e emergência nas unidades de pronto atendimento (UPAs). Além disso, as unidades básicas de saúde que aderirem terão de manter 30% da assistência à população, com atendimento dos casos agudos e reagendamento de consultas eletivas.

As reivindicações apresentadas pelo sindicato foram atendidas e, portanto, a Prefeitura não vê motivos para a paralisação dos serviços, com prejuízo evidente para a população que depende dos serviços públicos de saúde.

Horas extras serão pagas no fim deste mês, como pode inclusive ser verificado nos contracheques on-line dos trabalhadores. O decreto em questão não revogou reajuste salarial previsto em lei e garante o seu pagamento no mês de março, de forma retroativa a partir de janeiro, inclusive com correção monetária. A Prefeitura lançou edital do processo seletivo para os serviços de urgência e emergência da saúde, cuja prova ocorrerá no próximo dia 31, e há perspectiva da realização de concurso público para reforçar o quadro de servidores da Saúde ainda no primeiro semestre deste ano.

Vale salientar que a atual gestão já assegurou avanços salariais e conquistas para a categoria, como a jornada semanal de 30h para os cargos da saúde e o fortalecimento do vencimento básico, da carreira e da possibilidade de aposentadoria digna.

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Sindicato diz que greve da Saúde vai fechar unidades e atender apenas emergências

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